Por CCS/UFPEL em: https://ccs2.ufpel.edu.br/
Presente no calendário do Ministério da Saúde, o mês de janeiro é dedicado aos cuidados com a saúde mental. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que os índices de pessoas com transtornos mentais, principalmente depressão e ansiedade aumentaram consideravelmente nos últimos anos.
A pandemia de covid-19 contribuiu ainda mais para o agravamento deste quadro. Fatores como a mudança na rotina, o isolamento social, o medo da infecção, as preocupações econômicas, bem como a readaptação no processo de retorno às atividades aumentaram o sofrimento mental. Desta forma, falar de saúde mental torna-se imprescindível.
O mês de janeiro remete ao início de um ciclo, é o primeiro dos doze meses do ano e, muitas vezes, é nele que as metas são traçadas para o novo período, inclusive com inserção de hábitos e cuidados com a saúde e o bem-estar. Desta forma, considera-se um mês próprio para dialogar sobre os cuidados com a saúde mental.
Saiba como cuidar da saúde mental
Um primeiro passo é ter cautela com as expectativas. Criar metas que impliquem em mudanças de vida, rotina ou hábitos, sem o devido planejamento ou sem considerar as possibilidades reais e os recursos necessários, pode torná-las inatingíveis, gerando frustração e consequentemente sofrimento emocional.
É importante estabelecer metas tangíveis, com prazos mais curtos ou divididas em etapas. Não é necessário esperar uma época específica, como dezembro ou janeiro, para traçar planos ou avaliar o percurso, pois o que depende do comportamento pode ser buscado em qualquer momento do ano.
Ter uma atitude de autocobrança exagerada nesta época, poderá dificultar o reconhecimento dos esforços e conquistas ao longo do ano. O ideal é que o exercício de auto-observação seja cotidiano e realizado com generosidade e auto-acolhimento.
É natural que os acontecimentos, por vezes, não ocorram como esperado ou que as prioridades mudem no meio do caminho. Nesse caso, é fundamental reconhecer as qualidades, habilidades e recursos internos para lidar com as adversidades e, se necessário, “reprogramar a rota”.
Além disso, é importante fazer atividades que tragam satisfação. Momentos de lazer, prática de hobbies, esportes ou atividade física propiciam bem-estar psíquico e são estratégias importantes para lidar com o estresse. Investir em bons hábitos alimentares e dormir bem também é essencial.
Para melhorar os padrões de sono, algumas estratégias de higiene do sono podem ajudar, tais como: ter uma rotina de horário para deitar e levantar, evitar o uso de equipamentos eletrônicos pelo menos 1h antes de ir para a cama, realizar atividades relaxantes preparatórias para o sono e manter o ambiente propício para dormir (escuro, silencioso, etc.).
Outra sugestão é manter a consciência sobre os sentimentos. Identificar as emoções é fundamental para fazer mudanças em direção ao bem-estar, já que elas têm a função de comunicar sobre os gostos e necessidades individuais. Assim, ao reconhecer as emoções e o fluxo de pensamentos que as acompanham, é possível determinar de forma mais consciente o modo de agir e lidar com situações diversas.
Por fim, é crucial atenção ao momento presente. Pensar constantemente em coisas que já aconteceram ou poderão acontecer é um grande desencadeador de angústia. Portanto, é importante focar nas ações possíveis, naquilo que está no controle e aproveitar as experiências atuais.
O sofrimento emocional, associado ou não a um transtorno mental, pode ser prevenido ou atenuado se as pessoas conhecerem estratégias para cuidar da saúde mental. Reconhecer a presença dele é o primeiro passo para alcançar melhor qualidade de vida, pois a partir daí é possível buscar caminhos terapêuticos para lidar com os problemas emocionais.
Retirado gentilmente de:
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